Furacão Melissa: uma tempestade alimentada pelo aquecimento dos oceanos

O furacão Melissa, que actualmente se aproxima da Jamaica, está a enviar ondas de choque através da comunidade meteorológica devido à sua intensidade feroz e ao seu desenvolvimento alarmantemente rápido. A ferocidade inesperada da tempestade deixou os meteorologistas à procura de respostas, destacando a natureza cada vez mais imprevisível dos furacões num mundo em aquecimento.

A força extraordinária da Melissa materializou-se a um ritmo sem precedentes – um fenómeno conhecido como “intensificação rápida”. Normalmente, essas tempestades intensas evoluem gradualmente ao longo de vários dias. No entanto, Melissa desafiou esta norma ao passar de uma depressão tropical para um poderoso furacão de categoria 4 em apenas três dias, atingindo velocidades máximas de vento sustentadas de quase 225 quilómetros por hora (140 milhas por hora).

Os cientistas apontam para o calor sem precedentes das águas das Caraíbas como um factor chave que contribui para o crescimento explosivo da Melissa. As temperaturas da superfície do mar invulgarmente elevadas proporcionam um imenso reservatório de energia térmica que os furacões podem utilizar como combustível, acelerando a sua intensificação. Um estudo recente sublinha esta ligação: as alterações climáticas aumentaram dramaticamente a probabilidade de tempestades como a Melissa se formarem e se intensificarem a taxas alarmantes.

Esta tendência perturbadora sublinha um ponto crítico levantado pelos cientistas do clima – o aquecimento dos oceanos está a funcionar como um barril de pólvora, alimentando prontamente o desenvolvimento de furacões cada vez mais poderosos. À medida que as temperaturas globais continuam a aumentar devido às atividades humanas, prevê-se que estes eventos climáticos extremos se tornem ainda mais comuns e intensos nas próximas décadas. A necessidade urgente de medidas decisivas para mitigar as alterações climáticas nunca foi tão clara.